sexta-feira, 6 de julho de 2012

Ha quanto tempo não passo por aqui para escrever um pouquinho e postar alguma coisa que preste. Parece-me que só consigo escrever em meio a dor! Ultimamente não tenho me sentido tão triste, parece que a melancolia (minha fiel companheira) me abandonou ou pelo menos tirou umas férias de mim, mas mesmo sem ela por aqui eu ainda não consigo me ver como uma pessoa FELIZ, tenho sempre a impressão de que falta algo, sabe, aquele ponto chave, onde tudo se explica e começa a fazer sentido. Às vezes nem eu me entendo! Eu tenho uma família legal, materialmente tenho tudo o que preciso, tenho um noivo maravilhoso que me ama e que me trata como prioridade sempre (mesmo quando eu não mereço), mas mesmo assim eu não me sinto completa. É como se eu sentisse falta de mim mesma, como se em algum momento eu tivesse me abandonado e estivesse vivendo uma vida que não é minha. Eu me policio muito... Sinto falta de me arriscar mais, de estar à beira de precipícios e de sofrer grandes emoções. Tenho grandes momentos de felicidade, porém feliz completamente não sou, mas vivo cada dia em busca desse “EU” que me falta, dessa parte que se perdeu. Quem sabe um dia desses eu finalmente poderei ser FELIZ DE VEZ!!! Vanessa Vieira

quarta-feira, 21 de março de 2012

Aí vai o texto de uma autora que gosto muito, Clarice Lispector. É incrível como me identifico com as coisas que ela escreveu, talvez seja por achar que sou muito parecida com ela, seja na maneira de pensar, amar, odiar, agir ou escrever...


Não me prendo a nada que me defina.
Sou companhia, mas posso ser solidão.
Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser.
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato.
Ou toca, ou não toca.
(Clarice Lispector)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O amor não acaba, nós é que mudamos




Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

(Martha Medeiros)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Eu só quero o SILÊNCIO.


Fiquei um tempão sem saber qual seria a minha primeira postagem, mas hoje decidi escrever sobre algo que me deixa realmente muito irritada: A falta de silêncio.

É incrível como solidão e silêncio me parece ter virado palavrão, pecado, sei lá, uma coisa errada que todos andam fugindo.
O que aconteceu com o mundo? Eu não consigo mais ter um dia de paz em pleno silêncio, sem ter que conviver com as músicas de fundo. Eu não consigo entender porque que eu tenho que ouvir o que os outros estão ouvindo. Será que eu não tenho mais o direito de privar meus ouvidos de toda essa barulheira infernal. Eu só queria um momento de paz para colocar meus pensamentos em ordem, para ouvir as músicas que eu gosto, para colocar a cabeça no travesseiro e dormir sem acordar assustada ao ouvir o som que vem da vizinhança ou o barulho das crianças gritando na rua.
Sabe, eu respeito o direito das pessoas, mas e os meus direitos? Quem se importa. Eu queria pelo menos um dia não sentir dor de cabeça pelo fato de ter tido um dia de cão, no meio desse caos que se tornou o mundo. Eu só quero em meio ao silêncio conversar comigo mesma, ouvir a minha própria voz, mas parece ser impossível já que EVITAR O SILÊNCIO se tornou dever de todos.